Motociclo ou motocicleta (também conhecida simplesmente por motoca, moto ou ainda mota), é um veículo de duas rodas e tracção traseira - salvo raras excepções - com um motor que propicia sua auto-locomoção capaz de desenvolver velocidade de cruzeiro com segurança e conforto. É um meio de transporte bastante utilizado devido ao mais baixo consumo de combustível e por ter um preço mais acessível que a maioria dos automóveis. Entretanto, há motos que consomem mais combustível do que muitos automóveis, variando, entre outros fatores, com a cilindrada do motor.
Além de um meio de transporte, a motocicleta pode ser usada por áreas como desportos (Superbike, Motocross, Supermoto e Rali), lazer (Motoclube), utilitária (Motoboy) e como veículo militar.
1História
1.1Antecedentes
1.1.1Tracção
1.1.2Pneu e roda
1.1.3Motor
2Condução
3Característica técnicas
3.1Freios
3.1.1Freio a tambor
3.1.2Freio a disco
3.2Motorização
3.3Transmissão
3.4Carenagem
3.5Equilíbrio e efeitos
4Motociclismo esportivo
5Segurança
6Tipos de motocicletas
7Categorias de motocicleta
8Ver também
9Referências
No século XIX, em 1820, o escocês Kirkpatrick McMillan obteve a tracção da roda traseira. Foi a partir dessa invenção que os ciclistas puderam movimentar-se sem colocar os pés no chão. Depois de muitos anos, em 1861, os franceses Pierre Michaux, um ferreiro, e seu filho Ernest Michaux, na época com apenas quatorze anos, construíram o velocípede, uma bicicleta com pedais (no formato da de McMillan) adaptados à roda dianteira, iniciando a produção para venda. Em 1866, Bin Chun chegou em Paris. O chinês, que já havia percorrido a Inglaterra e a Alemanha atrás de informações da bicicleta, levou suas anotações para casa e em apenas três décadas o veículo tornou-se a principal alternativa de transporte na China e na Índia.[1] A partir disso, houve inovações como a do inglês James Starley. Batizada de Rover, essa bicicleta trazia rodas do mesmo diâmetro, chassi feito em tubos de aço, guiador integrado ao suporte da roda dianteira e os freios eram a tambor. Os pedais acoplados a uma engrenagem, movimentavam uma corrente de transmissão que gerava a força motriz da roda traseira.
Quando a bicicleta passou a dispor de suas características principais um novo problema precisava ser solucionado: as rodas eram de madeira, ferro ou borracha maciça, comprometendo o conforto e a dirigibilidade. Essa restrição só foi superada em 1887, quando o veterinário escocês John Boyd Dunlop imaginou uma espécie de sobrerroda: um tubo de borracha oco, preso à roda por meio de uma tela de brim e enchido com uma bomba de ar. Nascia o pneu. Na França, os irmãos André e Édouard Michelin contribuíram para o rápido aperfeiçoamento dos pneus.
Na versão norte-americana, o inventor foi Sylvester Howard Roper, nascido nos EUA. O estadunidense que viveu entre 1823 e 1896 desenvolveu um motor de cilindros a vapor (accionado por carvão) em 1867. Esta pode ser considerada a primeira moto, já que tratava-se de uma bicicleta, mas com motor a vapor. Roper criou um sistema de propulsão a vapor em 1869 e, embora muito perigoso, fez sucesso em suas exibições. Muito barulhenta e fedida, ela assustava os cidadãos da época, além do fato de espantar os cavalos que transportavam os poderosos de então. Em 1895, Roper desenvolveu uma versão aperfeiçoada da bicicleta a vapor. Na época, as motocicletas com motores a combustão estavam se tornando viáveis, e a experiência de mais de 30 anos credenciava Roper a fazer o mesmo com os propulsores a vapor. Foi quando o inventor apresentou um veículo melhor, com mais autonomia, reaproveitando o carvão em um compartimento fechado, que, ao mesmo tempo, reduzia o mau cheiro. Em 1º de junho de 1896, Roper decidiu que seu engenho estava pronto para ser exibido ao público.
Partiu então para a pista de corrida de Charles River, e desafiou os pilotos de bicicleta a acompanhá-lo. Com 73 anos de idade, Roper conseguiu uma média de 48km/h na pista de madeira, deixando seus adversários para trás. Empolgado, ele tentou uma nova volta rápida para melhorar sua própria marca, foi quando a frente da bicicleta começou a oscilar, jogando Roper para fora da pista já morto. Todos pensavam que o tombo o teria matado, mas um exame feito depois confirmou um infarto fulminante. Nota-se já desta época a vontade de competir, mesmo que por motivações financeiras ou científicas. Nessa época cheia de descobertas, os inventos de Roper não foram suficientes para tornar o motor a vapor adequado para mover veículos leves como a motocicleta, mas inspiraram aperfeiçoamentos em locomotivas e navios. A história de Sylvester Roper é verídica, mas a paternidade da invenção da motocicleta é contestada.
O motor de combustão interna prevaleceu desde a sua criação e é um dos pilares na construção da motocicleta. Voltando um pouco no tempo, em 1860, na França, já existia um propulsor de combustão, alimentado por gás e fagulha de combustão interna, criado pelo engenheiro belga Étienne Lenoir, que era mais compacto e eficiente que os motores a vapor.[2]
Contudo, a história aponta um engenheiro mecânico chamado Gottlieb Wilhelm Daimler como o inventor da motocicleta. Wilhelm Maybache Gottlieb Daimler construíram uma moto com quadro e rodas de madeira composto com um motor de combustão interna em 1885. Sua velocidade máxima era de 18 km/h e o motor desenvolvia 0,5 (meio) cavalo de potencia.
Gottlieb Daimler usou um novo motor inventado pelo engenheiro Nikolaus August Otto. Otto inventou o primeiro motor de combustão interna de quatro tempo em 1876, por isso é denominado como Ciclo de Otto, assim que desenvolvido, Daimler (antigo empregado de Otto) o converteu numa motocicleta que alguns historiadores consideram a primeira da historia. Em 1894 Hildebrand e Wolfmüller apresentam em Munique a primeira motocicleta fabricada em série e com claros fins comerciais. A Hildebrand & Wolfmüller manteve-se em produção até 1897. Os irmão russos residentes em París Eugéne e Michel Werner montaram um motor em uma bicicleta. O modelo inicial com motor sobre a roda dianteira teve início de produção em 1897.
Em 1902 foi inventada pelo francês Georges Gauthier, a motoneta (ou scooter, proveniente do inglês scooter), também conhecido como Vespa. A motoneta é um veículo de duas rodas provido de um quadro que preza pela proteção do piloto e com um painel. Foi fabricada a partir de 1914 e teve grande popularidade, sobretudo entre os jovens. Composta com duas rodas menores, e um quadro aberto que permite montá-la sem grande dificuldade. Possui também chassi protegido por carenagem, para proteção do componentes mecânicos, além de oferecer alguns itens de conforto e segurança como porta luvas, porta capacete, roda de estepe. São veículos desenvolvidos especialmente para o uso urbano.
Em 1910 surgiu o sidecar, uma moto com roda lateral que se une ao chassi através de um eixo, e possui um compartimento protegido com carroceria para abrigar uma pessoa. Para seu manejo, é necessário que o passageiro participe das manobras efetuadas pelo piloto, principalmente em manobras de curva.
Depois de retornado da Segunda Guerra Mundial (1945), os soldados americanos pareciam descontentes com as motocicletas que eram fabricadas pela Harley-Davidson e pela Indian. As motos que tiveram contato na Europa eram mais leves e ligeiras, o que transformavam em motos mais divertidas de conduzir. Estes veteranos começaram a mexer e customizar esses modelos, dando início ao que conhecemos como custom.
Existem técnicas específicas para se conduzir uma motocicleta, seja de que tipo, modelo ou terreno. É indispensável utilizar os equipamentos de segurança adequados, sendo que alguns deles são obrigatórios, como o capacete.[3]
Para conduzir uma moto no Brasil, é necessário ter ao menos 18 anos de idade e possuir a carteira nacional de habilitação (CNH) de categoria "A".
A moto é composta por diversos dispositivos necessários para seu controle, geralmente com a seguinte configuração: Manetes de freio dianteiro (direta no guidão), manete de embreagem (esquerda no guidão), pedestal para freio traseiro (pé direito) e câmbio para troca de marchar (pé esquerdo), com exceção dos modelos CVT que trabalham com troca automática do câmbio, nesse caso possuem apenas acelerador e freio, sem comandos nos pés. Em ambas carregam tecnologias embarcadas como interruptores, lanternas, paralamas, painel, etc.
O chassis, o qual pode ser simples, chassi duplo berço chassi multitubular, e suspensão traseira de diversos tipos como pró-link, monochoque, braço oscilante, geralmente de preferência a ser construído com aço ou alumínio, em casos mais raros em magnésio, carbono ou titânio. Rigidez e geometria do chassi é vital para a estabilidade. Normalmente, a rigidez necessária é em resposta a potência do motor e das características dinâmicas.
Hoje todas as motocicletas são equipadas suspensões, a fim de manter as rodas em contato com o solo o maior tempo possível para a etapa de irregularidades, garantindo a estabilidade e aumento de conforto.
A suspensão dianteira era originalmente paralelogramo. Devido competições, foi desenvolvido o garfo telescópico patenteado pela BMWque introduziu a suspensão traseira com slide paralelo e depois oscilante. Os freios são necessárias para parar o veículo. No início, foram utilizado sistema que entrava em atrito diretamente com a roda, posteriormente foram criado sistema de freio com cubos e sapata, e em seguida, foi encorporado os freios a disco. Podem ter acionamento hidráulico ou mecânico.
O freio a tambor é composto de cinco partes:
Freio a disco têm vindo a ganhar terreno, sendo mais eficiente e melhor na dissipação do calor gerado durante a frenagem. Freios a tambor são diferentes, porque se uma das partes não está funcionando corretamente, a banda de rolagem faz sons ao ser acionado, sons algumas vezes, estridentes.
Normalmente, as motos são propulsionadas por motor de gasolina de quatro tempos, porém, antigamente era comum um motor a gasolina de dois tempos, e atualmente, também são comuns, modelos com moto bicombustível. Nos modelos antigos, a refrigeração era efetuada por ar, atualmente, modelo com refrigeração líquida são comuns.
O motor normalmente está posicionado de modo transversal ao chassi, contudo, existem diversas configuração, independente do número de cilindros. Algumas exceções incluem a BMW e a Moto Guzzi, onde o motor é disposto com cilindros em oposição (boxer), ou em V, como as "estradeiras" da Harley-Davidson. O número de cilindros varia desde um, utilizadas em motos de pequena cilindrada, até as V6, com 6 cilindro em V como a Honda Valkyrie entre outras. A indução da explosão, se dá por meio de velas acionadas pelo conjunto bobina/bateria e magneto em platinado, hoje em dia, completamente eletrônico.
A lubrificação, diferentemente dos carros, ocorre com o mesmo fluido no motor como no câmbio e embreagem, exceto nos modelos de dois tempos, onde a lubrificação é feita com aditivo misturado diretamente no combustível. A alimentação se dá por meio de carburadores ou injeção eletrônica independente do número de cilindro. A disposição mais comum atualmente é a injeção eletrônica, devido o fato de ser menos poluente e mais econômico, em conjunto com determinações e de normas ambientais.
A caixa de câmbio está situada no mesmo local do motor, logo atrás. Nela existe o pinhão em primeiro nível, que através de uma corrente, gira a coroa, o que é denominado de relação. Por este motivo uma embreagem monodisco (como nos carros) seria de transferência muito brusca, o que se dá a utilização da embreagem multidisco banhada a óleo que suaviza a transferência do torque. Contudo, outros dois tipos de transmissão são comuns em motocicletas, são eles: o eixo cardã (BMW, Custons) e a correia (Harley-Davidson). A correia foi a pioneira nas motos primitivas, onde se utilizavam correia de couro de boi, atualmente são compostas por materiais resistentes a ruptura e temperatura, além de serem dentadas.
Algumas motos têm carenagem, que visa a proteger o condutor do vento e/ ou promover a velocidade máxima através de melhoria na aerodinâmica.
Diversos efeitos são obtidos na condução de uma moto. Um dos mais notórios conhecido como contraesterço, além do principal que mantém a moto em equilíbrio, como a estabilidade gerada graças ao efeito giroscópico das rodas.
O diâmetro da roda pode variar de 21 "off-road" ou enduro e 8" minimotos, e uma largura compreendida entre 5 cm a 210 mm, a diferença mais importante em relação a outros veículos é a relação potência/peso, isso caracteriza a aceleração e frenagem máxima da moto.
Tradicionalmente, as motos são classificadas pelo seus motores, de forma muito mais clara do que em carros, chegando a determinar as categorias de testes em Grand Prix.
O equipamento fundamental e obrigatório em todas as partes do mundo, salvo raras exceções, é o capacete motociclístico. Além dele, uma série de equipamentos são utilizados para ajudar na segurança, como botas, luvas, balaclava, entre outros. De acordo com o Departamento de Transportes dos Estados Unidos em 2005, foram 18,62 mortes por 100 mil veículos. Para motocicletas esse número era de 75,19 por 100 mil, ou cerca de quatro vezes a taxa absoluta por veículo (excluindo quilometragem). É muito importante referir que para além do capacete devidamente certificado pelo "DOT" (padrão internacional) ou INMETRO (padrão brasileiro), também deve levar em conta e utilizar em todos os momentos: jaqueta de couro ou materiais sintéticos, luvas e botas, isto a fim de reduzir a lesão num acidente.
Um relativamente novo dispositivo de segurança que já está disponível é uma jaqueta airbag inflável. Um motociclista pode usar uma jaqueta airbag que está ligado à motocicleta, por isso, se ele ou ela é jogado da moto durante uma colisão, a jaqueta irá inflar automaticamente para fornecer uma almofada para o motociclista. Isto irá diminuir o corpo superior e as lesões internas de uma motociclista que frequentemente pode ser fatal. A ideia de um airbag jaqueta / colete foi inventado por Straub Tamás que solicitou patente húngara em 1976.
Tipos de motocicletas
Em Portugal, perante a Lei, as motocicletas são classificadas em duas categorias:
Os motociclos são divididos em duas subcategorias, conforme a cilindrada: superior ou inferior a 50 cc.
No Brasil, até 50 cc e 50 km/h de velocidade máxima, é necessária uma autorização, chamada de "ACC" (que é pouco utilizada pois o procedimento e o custo é o mesmo da habilitação normal), para motos maiores, há que se ter mais de 18 anos, ter habilitação, capacete.